Editora: Intrínseca
Ano de lançamento: EUA: 2012 – BRA: 2013
Título
original: The Fault in Our Stars
Número de páginas: 288
A obra mais
famosa do John Green tem uma
protagonista mulher, Hazel Grace Lancaster – Hazel Grace ou só Hazel mesmo – e
toda a história é narrada por ela, a começar de quando ela conhece Augustus
Waters – apenas Gus – em uma reunião no Grupo de Apoio a Crianças com Câncer (pode
se dizer crianças cancerígenas?). Gus é um cara atraente, mesmo que um antigo osteossarcoma
tenha roubado uma de suas pernas e agora ele tenha de caminhar com uma prótese
especial.
Na reunião ele
chama rapidamente a atenção de Hazel, assim como ela chama rapidamente a sua
atenção. Os dois então passam a ser a alegria um do outro, embora um fantasma
ronde o relacionamento amigável dos dois. Não é literalmente um fantasma; é apenas o fato de que Hazel já está em
estado terminal de câncer, sem chance alguma de cura e esperando apenas a hora
da morte. O “apenas” se dá porque, em grande parte do livro, ela age como se
isso fosse a coisa mais natural do mundo. Nascer, crescer e morrer. Ela está de
certa forma convencida disso, embora tenha apenas 16 anos e não tenha crescido
o bastante. Alguns infinitos são maiores que outros.
Em certos
momentos, ela tem algumas crises de baixa autoestima e passa a odiar o mundo
por ter de partir tão cedo. Por que certos idiotas vão viver até os 100 anos,
ter 5 filhos e 20 netos, morar no Texas para o resto da vida e ter um cortador
de grama sempre disponível? Por que ela não pode ter uma vida assim? Não queria
ter de carregar o Felipe para onde quer que fosse, porque só queria ser normal.
Ninguém gosta de respirar por aparelhos e saber que vai morrer em alguns meses.
É deprimente. Novamente: alguns infinitos são maiores que outros.
Tanto Hazel
quanto Gus, que formam um casal ontologicamente improvável (Dicionário → →), têm uma visão diferente do mundo. Outra forma de
vê-lo, eu diria. Uma forma bem diferente da que estamos acostumados a ver em
adolescentes de pouco mais de uma década e meia de vida. Um pouco maduros para
idade deles, mas com uma infantilidade inacreditavelmente camuflada pela ironia
e pelo sarcasmo em suas piadas sem graça que, mesmo que ninguém as ache
engraçadas, não significa que não sejam engraçadas de fato.
Cativada por uma
romance escrito por um holandês, Hazel divide seu tempo entre Gus e o livro,
que ela provavelmente já leu mais de 50 vezes. Ele simplesmente não tem um fim.
O autor não conta qual o destino dos personagens, o que a instiga a relê-lo
várias e várias vezes, na tentativa de descobrir nas entrelinhas o final de
cada um. Mas é impossível! Apenas o autor sabe o que acontece após a última
página, e Hazel não está disposta a morrer sem saber como tudo acaba. Isso
seria extremamente horrível para um escritor, não seria? Deixar uma adolescente
morrer sem saber como termina o seu livro? Realmente revoltante!
É dessa forma
que a narrativa se desenvolve. Há outras coisas também, mas aí já entra spoiler e é melhor não falar nada. A
história cativa, mas, com exceção de uma revelação, não tem muitas expectativas
atendidas. Esperava mais! Bem mais! O enredo é bom, os personagens são
divertidos, mas sinto que já vi algo parecido em algum lugar. Não é algo
completamente novo. Quero dizer, com todo o sucesso do livro e tudo o mais,
achei que fosse uma história que mudaria o mundo, mas é só uma história. Não é
a única, muito menos a melhor.
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