Comer, Rezar, Amar – Elizabeth Gilbert
Editora: Objetiva
Ano de lançamento: EUA: 2006 – BRA: 2009
Título original: Eat, Pray, Love
Número de páginas: 475 (Edição de Bolso)
Antes de tudo, é
impossível não dizer que esse livro é realmente uma viajem por três países
maravilhosos e culturas completamente diferentes. Não só culturas, mas também
épocas, por que não? Muitas vezes a autora nos faz viajar no tempo e regressar
séculos para nos contar detalhes importantes e fatos históricos de países ou
cidades. A melhor parte de tudo isso: não nos sentimos em uma aula de História.
Não
mesmo.
Comer, Rezar, Amar
é uma espécie de diário, uma autobiografia, onde a protagonista é a
própria autora e onde ela descreve os acontecimentos de sua vida, seus
encontros, seus problemas, pensamentos e até mesmo desejos. Apesar de ela ser
uma escritora bem-sucedida, Liz Gilbert não se sente feliz há muito tempo. Um
dos principais motivos é o seu casamentos de 8 anos que já não é mais o mesmo.
Ela não quer ter filhos – ao menos não por enquanto – e a pressão de passar dos
30 e ainda não ser mãe só parece piorar as coisas. Até que chega ao ponto em
que ela e o seu marido (o nome dele não é revelado) passam a dormir em camas
separadas – pior, em quartos
separados.
Liz não quer
mais estar casada, porém ainda ama o seu marido. Na verdade, o ama e o odeia
com a mesma intensidade, e não sabe muito o que fazer ou como agir em relação à
isso. Apesar de ela não querer mais estar casada, não faz a menor ideia de como
irá dizer isso ao seu marido. Então ela decide, por fim, pôr um ponto final em
sua relação acreditando que o divórcio será amigável – considerando que os dois
já haviam se amado algum dia, não é justo culpá-la por pensar assim – e que vai
ser a solução dos seus problemas. Engano dela. Ao que parece, ele é a fonte
deles, pois o seu marido não aceita nem um dos acordos propostos pela sua
advogada. Se ele continuar recusando todas as ofertas, os dois terão de seguir
com o divórcio e ir para o juiz onde será decidida definitivamente a partilha
de bens. E isso também, definitivamente, acabará com o seu plano de férias de
um ano.
Itália, Índia e
Indonésia. Esses foram os países que Liz escolheu para passar o ano – quatro meses em cada um – sendo que cada um
deles representa uma de suas buscas pessoais. Na Itália, ela procura por
prazer. Claro, não é difícil encontrá-lo. Para isso, basta sair às ruas de Roma
para tomar um gelato ou comer outras
das comidas mais deliciosas do mundo. Mas ela não vai para Itália apenas para
comer e engordar 10 quilos, pois, já jaz um tempo, Liz anda querendo aprender a
falar italiano. Ela não se importa se a língua não vai lhe ajudar em nada na
sua carreira profissional; desde que aprenda a falar o idioma, tudo está perfeitamente
bem.
Próximo destino:
Índia, onde Liz espera encontrar a verdadeira devoção e se hospedar no ashram de sua Guru. Depois de passar
meses na Itália, não será fácil encarar a Índia, horas de meditação, a comida
vegetariana e o Gurugita – mais detalhes no livro. Porém, ela está disposta a
encarar todos os obstáculos que se puserem em sua frente e encontrar a si mesma
e, de alguma forma, encontrar Deus. Mas as coisas não saem exatamente como o
planejado e ela terá de contar com a ajuda de seus mais novos amigos e de sua
experiência de vida se quiser superar todos os seus traumas e, principalmente,
ser capaz de se perdoar e seguir em frente.
Após oito meses
e dois terços de sua viagem concluída, Liz desembarca na Indonésia. Segundo o
que ela já conhece do país – ela estive ali dois anos atrás – o povo indonésio
é o mais equilibrado do mundo. E que outro lugar seria melhor para encontrar o
equilíbrio entre prazer e devoção senão estando cercada de pessoas que se
esforçam para encontrarem o equilíbrio em tudo o que fazem? Bali, ao seus
olhos, é um paraíso e, considerando que os olhos de Liz também são os nossos
olhos, a cidade também pode ser um paraíso para quem está lendo.
Eu não diria que
Comer, Rezar, Amar é um livro apenas
para adultos, ou mesmo que é apenas para mulheres. Para falar a verdade, não
gosto desses rótulos. Livros são livros, e qualquer pessoa pode lê-los. Eu
estaria mentindo se dissesse que a obra não tem uma pegada um pouco mais
adulta, mas desde que você tenha uma mente aberta e esteja disposto a encarar
um tipo diferente de livro, tenha certeza que vai ser uma ótima experiência
começar por esse. A autora escreve, algumas vezes, de uma forma um pouco
técnica, enquanto de outras escreve de um jeito mais espontâneo. Porém, é
possível encontrar um leve toque de humor em ambas as escritas.
Esse livro é mesmo incrível. Ele mostra a vida de uma mulher como ela é, sem rodeios. Nas essas "mulheres" cheias de rótulo.
ResponderExcluirLegal a resenha, cara.
http://garotoliterato.blogspot.com.br/