sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert

Comer, Rezar, AmarElizabeth Gilbert
Editora: Objetiva
Ano de lançamento: EUA: 2006 – BRA: 2009
Título original: Eat, Pray, Love
Número de páginas: 475 (Edição de Bolso)

Antes de tudo, é impossível não dizer que esse livro é realmente uma viajem por três países maravilhosos e culturas completamente diferentes. Não só culturas, mas também épocas, por que não? Muitas vezes a autora nos faz viajar no tempo e regressar séculos para nos contar detalhes importantes e fatos históricos de países ou cidades. A melhor parte de tudo isso: não nos sentimos em uma aula de História.  Não mesmo.
Comer, Rezar, Amar é uma espécie de diário, uma autobiografia, onde a protagonista é a própria autora e onde ela descreve os acontecimentos de sua vida, seus encontros, seus problemas, pensamentos e até mesmo desejos. Apesar de ela ser uma escritora bem-sucedida, Liz Gilbert não se sente feliz há muito tempo. Um dos principais motivos é o seu casamentos de 8 anos que já não é mais o mesmo. Ela não quer ter filhos – ao menos não por enquanto – e a pressão de passar dos 30 e ainda não ser mãe só parece piorar as coisas. Até que chega ao ponto em que ela e o seu marido (o nome dele não é revelado) passam a dormir em camas separadas – pior, em quartos separados.
Liz não quer mais estar casada, porém ainda ama o seu marido. Na verdade, o ama e o odeia com a mesma intensidade, e não sabe muito o que fazer ou como agir em relação à isso. Apesar de ela não querer mais estar casada, não faz a menor ideia de como irá dizer isso ao seu marido. Então ela decide, por fim, pôr um ponto final em sua relação acreditando que o divórcio será amigável – considerando que os dois já haviam se amado algum dia, não é justo culpá-la por pensar assim – e que vai ser a solução dos seus problemas. Engano dela. Ao que parece, ele é a fonte deles, pois o seu marido não aceita nem um dos acordos propostos pela sua advogada. Se ele continuar recusando todas as ofertas, os dois terão de seguir com o divórcio e ir para o juiz onde será decidida definitivamente a partilha de bens. E isso também, definitivamente, acabará com o seu plano de férias de um ano.
Itália, Índia e Indonésia. Esses foram os países que Liz escolheu para passar o ano –  quatro meses em cada um – sendo que cada um deles representa uma de suas buscas pessoais. Na Itália, ela procura por prazer. Claro, não é difícil encontrá-lo. Para isso, basta sair às ruas de Roma para tomar um gelato ou comer outras das comidas mais deliciosas do mundo. Mas ela não vai para Itália apenas para comer e engordar 10 quilos, pois, já jaz um tempo, Liz anda querendo aprender a falar italiano. Ela não se importa se a língua não vai lhe ajudar em nada na sua carreira profissional; desde que aprenda a falar o idioma, tudo está perfeitamente bem.
Próximo destino: Índia, onde Liz espera encontrar a verdadeira devoção e se hospedar no ashram de sua Guru. Depois de passar meses na Itália, não será fácil encarar a Índia, horas de meditação, a comida vegetariana e o Gurugita – mais detalhes no livro. Porém, ela está disposta a encarar todos os obstáculos que se puserem em sua frente e encontrar a si mesma e, de alguma forma, encontrar Deus. Mas as coisas não saem exatamente como o planejado e ela terá de contar com a ajuda de seus mais novos amigos e de sua experiência de vida se quiser superar todos os seus traumas e, principalmente, ser capaz de se perdoar e seguir em frente.
Após oito meses e dois terços de sua viagem concluída, Liz desembarca na Indonésia. Segundo o que ela já conhece do país – ela estive ali dois anos atrás – o povo indonésio é o mais equilibrado do mundo. E que outro lugar seria melhor para encontrar o equilíbrio entre prazer e devoção senão estando cercada de pessoas que se esforçam para encontrarem o equilíbrio em tudo o que fazem? Bali, ao seus olhos, é um paraíso e, considerando que os olhos de Liz também são os nossos olhos, a cidade também pode ser um paraíso para quem está lendo.
Eu não diria que Comer, Rezar, Amar é um livro apenas para adultos, ou mesmo que é apenas para mulheres. Para falar a verdade, não gosto desses rótulos. Livros são livros, e qualquer pessoa pode lê-los. Eu estaria mentindo se dissesse que a obra não tem uma pegada um pouco mais adulta, mas desde que você tenha uma mente aberta e esteja disposto a encarar um tipo diferente de livro, tenha certeza que vai ser uma ótima experiência começar por esse. A autora escreve, algumas vezes, de uma forma um pouco técnica, enquanto de outras escreve de um jeito mais espontâneo. Porém, é possível encontrar um leve toque de humor em ambas as escritas.
P.S: Attraversiamo



Um comentário:

  1. Esse livro é mesmo incrível. Ele mostra a vida de uma mulher como ela é, sem rodeios. Nas essas "mulheres" cheias de rótulo.
    Legal a resenha, cara.

    http://garotoliterato.blogspot.com.br/

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