sexta-feira, 25 de julho de 2014

Não Conte a Ninguém, de Harlan Coben

Não Conte a NinguémHarlan Coben
Editora: Arqueiro
Ano de lançamento: EUA: 2001 – BRA: 2009
Título original: Tell No One
Número de páginas: 256

Ao iniciarmos a leitura de Não Conte a Ninguém, conhecemos David Beck e Elizabeth Parker, um casal com uma tradição bastante – em minha defesa, essas são as palavras do próprio Beck – brega. Desde que os dois deram o primeiro beijo, quando tinham apenas 12 anos, eles visitam o local onde o feito aconteceu: uma antiga árvore no lago Charmaine, propriedade da família de Beck há várias gerações. O motivo da visita anual se deve ao fato de que, abaixo das iniciais do nome dos dois, há várias barras cravadas, sendo que cada uma representa um ano desde que eles se beijaram pela primeira vez. Já havia 12 barras e, ironicamente, quando eles visitam o local para marcar a 13ª, o azar parece ter tomado conta do casal.
Depois de um mergulho no lago, Elizabeth desaparece misteriosamente. Ao ouvir um pedido de socorro e tentar reagir, ainda sem saber o que exatamente está acontecendo, Beck também é atacado por um objeto de madeira e cai no lago, inconsciente. Esse acontecimento é o que dá o ponta pé inicial no livro, mas é apenas o começo de uma longa rede de acontecimentos e mistérios capazes de nos fazer passar a noite toda acordados, lendo, apenas para saber como a trama acaba e desvendar os segredos por trás de tudo.
Oito anos após o acontecido, David Beck ainda sofre a morte da esposa. Dias depois de ele ter sido atacado e ter conseguido sair misteriosamente do lago, o corpo de Elizabeth foi encontrado em estado deplorável, agora com a assinatura de um serial killer que costuma marcar todas as suas vítimas – sempre mulheres – com a letra K queimada na pele. Nos dias atuais, Beck terminou a sua faculdade de medicina e, agora Doutor, atende pessoas carentes pela rede de saúde pública de Nova York, onde a maior parte da trama se desenvolve.
Com a descoberta de dois corpos encontrados no lugar onde o ataque a Beck e sua mulher aconteceu, o caso volta à tona, dessa vez trazendo ainda mais perguntas e aguçando os sentidos da polícia local, que se vê cada vez mais pressionada a resolver um crime sem resposta. Os mortos, enterrados juntos ao possível bastão de beisebol que acertou Beck na cabeça, foram aparentemente enterrados em uma data próxima à do ataque no lago, oito anos antes. Além dessa descoberta estarrecedora, estranhos e-mails anônimos estão sendo enviados para Beck. Isso não seria um problema, claro, mas o que torna tudo ainda mais atormentador é que os e-mails são escritos em códigos que apenas ele e Elizabeth poderiam decifrar, o que faz ressurgir uma dúvida e esperança que atormentarão Beck até ele descobrir toda a verdade que o cerca. Se a sua mulher estiver realmente viva – o que é pouco provável – de quem foi o corpo enterrado há oito anos? E porque só depois de todo esse tempo ela resolveu entrar em contato com ele?
Essas são algumas perguntas que surgem à medida que avançamos na história, mas não são as únicas. A cada peça do quebra-cabeça resolvida, o autor nos dá novas informações que fazem a narrativa tomar outro rumo completamente diferente do que imaginávamos. Aos poucos, Beck, que agora está sendo considerado pelo FBI o principal suspeito do assassinato de Elizabeth, descobre novos segredos que deveriam permanecer enterrados e embarca em uma busca por respostas, e, claro, por Elizabeth, se é que ela está mesmo viva.
Ao mesmo tempo em que está sendo caçado pela polícia, Beck ainda arranja outro problema: ele também está sendo seguido por dois assassinos de sangue frio que, por algum motivo até então desconhecido, parecem dispostos a tudo para impedi-lo de descobrir toda a verdade sobre o que realmente aconteceu na noite em que ocorreu o ataque no lago, que já não é mais o que parecia ser.
Enredo fantástico. Crimes absolutamente brilhantes.
Coben brinca com as expectativas do leitor a todo instante. Surpresas e revelações são o que não faltam durante a leitura da obra e um clima de suspense é cultivado do início ao fim. O autor sabe como manter o leitor entretido e curioso a respeito dos mistérios, sem decepcionar com o final. Quando achei que tudo já estava acabado e que todas as pontas soltas já haviam sido amarradas, a última e grande bomba estoura e revela mais um segredo, esse de uma frase que muda todas as centenas de páginas anteriores. A revelação nos faz implorar por mais algumas páginas.
Mas já é a última.


2 comentários:

  1. Harlan Coben é um gênio! Meu primeiro livro dele foi esse, que li como livro paradidático no Ensino Médio (agradeço muito à minha professora de Português por ter passado esse livro para a turma *-*). A escrita dele é maravilhosa, instigante, que faz com que não queiramos parar de ler! Espero ler todos os livros dele algum dia ^-^
    Parabéns pela resenha e pelo blog :D
    Beijinhos e bom fim de semana.
    Isabelle - http://attraverso-le-pagine.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Esse também foi o primeiro livro do Harlan que li e, desde então, descobri que seria fã desse cara. Já li outros livros dele e todos são simplesmente demais! Histórias inimagináveis com finais completamente imprevistos.

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