Quando Ela Se Foi, de Harlan Coben

Quando Ela Se Foi – Harlan Coben

Editora: Arqueiro

Ano de lançamento: EUA: 2009 – BRA: 2011

Título original: Long Lost

Número de páginas: 256

Myron Bolitar está de volta em mais um livro do escritor policial Harlan Coben. Myron Bolitar, aquele meio-detetive e meio-empresário, sabe? Bem, se você não o conhece, vai conhecer agora:

Myron Bolitar agora é meio-detetive e meio-empresário, como já falei, mas ele costumava jogar basquete. Era uma das grandes promessas da NBA e sem dúvidas seria um grande jogador, mas, no início do seu sucesso, uma lesão no joelho o tirou das quadras. Ele não poderia mais jogar. Seu sonho estava acabado. De certa forma, sua vida também. Ele queria tanto continuar jogando... por que aquilo tinha de acontecer? Por que aquilo tinha de acontecer justo quando ele estava começando a fazer sucesso? Se fosse algum tempo depois, ele já estaria consagrado no esporte e seria lembrado nos séculos seguintes como o Grande Bolitar, Jogador de Basquete. Mas não. Não era esse o seu destino.

Ok, posso estar exagerando um pouco – um pouquinho só –, mas era mais ou menos assim que ele imaginava sua vida. Sucesso. Depois da decepção, decidiu estudar Direito em Harvard e mais tarde criou a MB Representações, uma agência para celebridades em geral. Com a ajuda de sua sócia, Esperanza, e do seu melhor amigo, Win, ele toca a empresa, às vezes trabalhando como detetive para seus amigos e alguns clientes mais íntimos.

Pois bem, Myron está em Nova York quando recebe um telefonema de Terese Collins. “Venha para Paris”, é tudo o que ela diz. Quando eram mais jovens, 10 anos mais jovens, os dois fugiram para uma ilha paradisíaca e fizeram amor diversas vezes por dia. Ficaram lá por um tempo, se entregando um ao outro na tentativa de esquecerem seus traumas. Ambos passaram por experiências que ninguém gostaria de passar e decidiram desaparecer do mapa por um tempo. Não conversaram, nem sobre o que tinha acontecido. A única coisa que faziam era transar. Transar muito.

Em Paris, Myron descobre que o ex-marido da Terese está morto. Ele foi assassinado. E ela é a principal suspeita do crime. Segundo o que ela conta, ele tinha um segredo para lhe revelar, algo que mudaria para sempre sua vida, e telefonou para que ela encontrasse-o na cidade. Mas não deu tempo para que ele lhe contasse nada, e o segredo morreu com ele. Ou, melhor, o segredo completo, pois há vários fragmentos dele espalhados por Londres, Nova York e Paris.

O que mais intriga a policia parisiense e o próprio Myron não é nem tanto o assassinato em si, mas os vestígios encontrados no local do crime. Ao lado do corpo de Rick Collins, havia sangue compatível com o sangue dele. Também havia um fio de cabelo louro, a mesma cor dos cabelos de Terese. No entanto, testes de DNA revelam que, na verdade, trata-se do material genético da filha do casal, a mesma filha que morreu em um acidente de carro quando tinha 7 anos. E isso muda tudo.

Terese ainda não se recuperou do trauma, embora já tenha se passado mais de uma década desde que o acidente aconteceu. Ela ficou em coma por duas semanas e não chegou a ver o corpo da filha, o que a faz acreditar que ela está viva. Viva e em algum lugar. Mas por que ela presenciou o assassinato do pai? E por que passou 10 anos sem entrar em contato com ninguém da família? Ela está mesmo viva? Terese quer acreditar que sim, mas há tantas dúvidas...

Ainda atordoado com tudo o que está acontecendo, Myron começa a ser perseguido pela polícia de Paris, suspeito de ajudar Terese. A própria também começa a ser procurada. Mas isso não é tudo; há alguém mais que os persegue. Alguém que os quer mortos e que não medirá esforços para que isso aconteça. Em uma corrida contra o tempo, os dois terão de provar sua própria inocência e ao mesmo tempo desvendar o crime, que parece ficar complicado a cada nova descoberta.

Dessa forma, os segredos se revelam aos poucos. Diálogos diretos e cenas que vão direto ao ponto recheiam a história do início ao fim. Coincidências não existem, tudo tem um propósito, e um pouco de atenção poderá ajudá-lo a desvendar o crime juntamente com o protagonista. Quase um Sherlock Holmes. O enredo se mistura a seitas religiosas e pesquisas genéticas de uma maneira que apenas o Coben poderia imaginar. Não seria exagero dizer que suas obras são fantásticas. Depois de Quando Ela Se Foi, não há mais dúvidas de que ele é o cara!