sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Convergente, de Veronica Roth

Convergente (Divergente #3) Veronica Roth
Editora: Rocco
Ano de lançamento: EUA: 2013 – BRA: 2014
Título original: Allegiant
Número de páginas: 528
Outros livros da trilogia: Divergente; Insurgente; Convergente

Aviso: esta resenha contém spoilers dos livros anteriores

Em Chicago, as facções já não existem mais. Após disputas pelo poder de controlar a cidade, a sociedade divida pelas escolhas dos adolescentes ruiu. Os principais responsáveis foram os sem-facção, que, liderados por Evelyn, mãe de Tobias, destruíram os principais líderes e tomaram o lugar para si. Antes ignorados por quase todos, eles enfim conseguiram vingança e agora governam do lado de dentro da cerca, o único lugar que todos ali conhecem.
Revelações a respeito da fundação da cidade foram feitas, mas elas ainda não são o bastante. Após a exibição do segredo guardado pela Abnegação, o qual foi o responsável por iniciar todos os conflitos, Tris está inquieta. A mensagem deixada para os moradores dizia que eles só deveriam deixar a cidade quando tivessem uma grande população Divergente, mas esse objetivo ainda não foi alcançado. No entanto, tomada pela curiosidade de saber o que existe além do perímetro que sempre conheceu, ela está disposta a explorar o mundo exterior e descobrir quem, afinal, é Edith Prior. Por que ela se dispôs a esquecer tudo e entrar na cidade? O que realmente está acontecendo ali?
Juntamente com Tobias e alguns dos seus outros amigos, Tris arquiteta um plano para fugir da cidade. Evelyn, que agora se diz líder do local, proibiu a saída de qualquer morador, sendo que, quem for pego tentando fugir, pode até ser morto. Sem hesitação. Essas são as ordens agora. É assim que Chicago funciona.
Mas isso não os assusta. A vida é feita de escolhas, e não há como evitar os riscos. Antes ser pego tentando fugir da cidade do que passar o resto da vida ali, sem saber quem realmente é e ponderando todas as noites sobre o que existe além dali – isto é, se existe mesmo alguma coisa fora. Logo, dúvidas a respeito da existência de mais pessoas começam a ser levantadas. E se eles forem os únicos habitantes da Terra? Como suportar esse peso?
Após a fuga, uma fagulha de esperança a respeito de uma vida melhor começa a surgir. Quem sabe, assim, Tris e Tobias não podem ficar juntos pelo resto de suas vidas, sem medo de um ataque iminente e longe de toda a dor da perda causada nos últimos meses? Isso até poderia acontecer, se eles não precisassem desvendar todos os segredos que estão por trás das extintas facções. A verdade sobre a sociedade em que sempre viveram está prestes a ser revelada, e mais uma vez eles precisarão fazer escolhas críticas e tentar entender o comportamento humano, as complexidades do ser.
Enquanto se adapta ao mundo exterior, o grupo de fugitivos ainda tem de encarar um novo conflito: os antigos membros das facções não aceitam serem dominados por uma líder sem-facção, e logo criam um grupo que lutará a favor do antigo governo, tentando reestabelecer o sistema das facções. Agora, eles se autodenominam os Leais. Por outro lado, Evelyn e seu exército, que controla todas as armas da cidade, não aceitam o antigo sistema de volta, e tentam exterminar os rebeldes que não se submeterem inteiramente à nova forma de vida. Apesar da mudança forçada dos padrões sociais, os Leais ainda temem viver de outra maneira além da que eles sempre viveram. Por esse e outros motivos, uma nova guerra começa a ser travada, mais uma disputa por poder. Uma guerra que agora, mais que nunca, põe em risco a sobrevivência da cidade – e tudo está inteiramente ligado ao que Tris e seu grupo encontram no mundo externo.
Diferentemente dos dois livros anteriores, Divergente e Insurgente, Convergente não é narrado apenas sob a perspectiva da Tris, mas também pela de Tobias. Devo confessar que foi um pouco difícil se acostumar com isso no início, afinal, foram mais de 1000 páginas acompanhando apenas uma protagonista, mas dá para adaptar-se facilmente. Em se tratando do livro, esse é o menor dos problemas.
Também divergindo com seus antecessores em outros aspectos, a conclusão da trilogia está longe de seguir na mesma linha de excelência conhecida até então. Para o padrão Divergente, este livro deveria ser espetacular e causar diversas emoções, como vinha acontecendo. Mas não, ele não causa. As verdades reveladas não são tão espetaculares assim e o livro é meio técnico demais; não transmite emoção, apenas fatos, acontecimentos e cenas extremamente técnicas, sem vida, que não convencem. Como é do feitio da autora, alguns personagens dizem adeus, mas não dá para sentir nada por eles. Mesmo com três livros – dois mais que excelentes – a autora peca ao tentar cativar o leitor com suas mortes. É tudo tão sem emoção que não dá para sentir falta deles – com poucas exceções.
Toda a genialidade do mundo criado pela Veronica quase vai abaixo com Convergente. Quero dizer, as maravilhas e todas as novidades da série não têm acontecimentos-chave muito empolgantes. Todas as perguntas são respondidas, e suas respostas não são tão animadoras quanto aparentavam ser. O clima de mistério quanto ao que existe fora da cerca rapidamente se esvai, sendo que não é nada de extraordinário.
Por ser o último livro da série, deveria ser a melhor parte. Acabou sendo a pior. Ou no caso, a menos melhor. 



2 comentários:

  1. Li Divergente e Insurgente há um tempo e quero ler Convergente pra ver como tudo termina. Mesmo assim, estou sem expectativas, já que a maioria das pessoas que já leram dizem que não é tão bom assim.
    Beijos,

    Letícia
    http://www.odomdaescrita.com.br/2014/09/por-que-assistir-o-horario-politico.html

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    Respostas
    1. Convergente não é ruim, mas é decepcionante. Não é tão bom quanto os anteriores.

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