Editora: Rocco
Ano de lançamento: EUA: 2013 – BRA: 2014
Título original: Allegiant
Número de páginas: 528
Aviso: esta resenha contém spoilers dos livros anteriores
Em Chicago, as
facções já não existem mais. Após disputas pelo poder de controlar a cidade, a
sociedade divida pelas escolhas dos adolescentes ruiu. Os principais
responsáveis foram os sem-facção, que, liderados por Evelyn, mãe de Tobias,
destruíram os principais líderes e tomaram o lugar para si. Antes ignorados por
quase todos, eles enfim conseguiram vingança e agora governam do lado de dentro
da cerca, o único lugar que todos ali conhecem.
Revelações a
respeito da fundação da cidade foram feitas, mas elas ainda não são o bastante.
Após a exibição do segredo guardado pela Abnegação, o qual foi o responsável
por iniciar todos os conflitos, Tris está inquieta. A mensagem deixada para os
moradores dizia que eles só deveriam deixar a cidade quando tivessem uma grande
população Divergente, mas esse
objetivo ainda não foi alcançado. No entanto, tomada pela curiosidade de saber
o que existe além do perímetro que sempre conheceu, ela está disposta a
explorar o mundo exterior e descobrir quem, afinal, é Edith Prior. Por que ela
se dispôs a esquecer tudo e entrar na cidade? O que realmente está acontecendo
ali?
Juntamente com
Tobias e alguns dos seus outros amigos, Tris arquiteta um plano para fugir da
cidade. Evelyn, que agora se diz líder do local, proibiu a saída de qualquer
morador, sendo que, quem for pego tentando fugir, pode até ser morto. Sem
hesitação. Essas são as ordens agora. É assim que Chicago funciona.
Mas isso não os
assusta. A vida é feita de escolhas, e não há como evitar os riscos. Antes ser
pego tentando fugir da cidade do que passar o resto da vida ali, sem saber quem
realmente é e ponderando todas as noites sobre o que existe além dali – isto é,
se existe mesmo alguma coisa fora. Logo, dúvidas a respeito da existência de
mais pessoas começam a ser levantadas. E se eles forem os únicos habitantes da
Terra? Como suportar esse peso?
Após a fuga, uma
fagulha de esperança a respeito de uma vida melhor começa a surgir. Quem sabe,
assim, Tris e Tobias não podem ficar juntos pelo resto de suas vidas, sem medo de
um ataque iminente e longe de toda a dor da perda causada nos últimos meses?
Isso até poderia acontecer, se eles não precisassem desvendar todos os segredos
que estão por trás das extintas facções. A verdade sobre a sociedade em que
sempre viveram está prestes a ser revelada, e mais uma vez eles precisarão
fazer escolhas críticas e tentar entender o comportamento humano, as
complexidades do ser.
Enquanto se
adapta ao mundo exterior, o grupo de fugitivos ainda tem de encarar um novo
conflito: os antigos membros das facções não aceitam serem dominados por uma
líder sem-facção, e logo criam um grupo que lutará a favor do antigo governo,
tentando reestabelecer o sistema das facções. Agora, eles se autodenominam os
Leais. Por outro lado, Evelyn e seu exército, que controla todas as armas da
cidade, não aceitam o antigo sistema de volta, e tentam exterminar os rebeldes
que não se submeterem inteiramente à nova forma de vida. Apesar da mudança
forçada dos padrões sociais, os Leais ainda temem viver de outra maneira além
da que eles sempre viveram. Por esse e outros motivos, uma nova guerra começa a
ser travada, mais uma disputa por poder. Uma guerra que agora, mais que nunca,
põe em risco a sobrevivência da cidade – e tudo está inteiramente ligado ao que
Tris e seu grupo encontram no mundo externo.
Diferentemente
dos dois livros anteriores, Divergente
e Insurgente, Convergente não é narrado apenas sob a perspectiva da Tris, mas
também pela de Tobias. Devo confessar que foi um pouco difícil se acostumar com
isso no início, afinal, foram mais de 1000 páginas acompanhando apenas uma
protagonista, mas dá para adaptar-se facilmente. Em se tratando do livro, esse
é o menor dos problemas.
Também
divergindo com seus antecessores em outros aspectos, a conclusão da trilogia está
longe de seguir na mesma linha de excelência conhecida até então. Para o padrão
Divergente, este livro deveria ser
espetacular e causar diversas emoções, como vinha acontecendo. Mas não, ele não
causa. As verdades reveladas não são tão espetaculares assim e o livro é meio
técnico demais; não transmite emoção, apenas fatos, acontecimentos e cenas
extremamente técnicas, sem vida, que não convencem. Como é do feitio da autora,
alguns personagens dizem adeus, mas não dá para sentir nada por eles. Mesmo com
três livros – dois mais que excelentes – a autora peca ao tentar cativar o
leitor com suas mortes. É tudo tão sem emoção que não dá para sentir falta
deles – com poucas exceções.
Toda a
genialidade do mundo criado pela Veronica
quase vai abaixo com Convergente.
Quero dizer, as maravilhas e todas as novidades da série não têm
acontecimentos-chave muito empolgantes. Todas as perguntas são respondidas, e
suas respostas não são tão animadoras quanto aparentavam ser. O clima de
mistério quanto ao que existe fora da cerca rapidamente se esvai, sendo que não
é nada de extraordinário.
Li Divergente e Insurgente há um tempo e quero ler Convergente pra ver como tudo termina. Mesmo assim, estou sem expectativas, já que a maioria das pessoas que já leram dizem que não é tão bom assim.
ResponderExcluirBeijos,
Letícia
http://www.odomdaescrita.com.br/2014/09/por-que-assistir-o-horario-politico.html
Convergente não é ruim, mas é decepcionante. Não é tão bom quanto os anteriores.
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